Vernacular explora a ideia de um vernáculo da memória, de lembranças que são próprias de um lugar e de um tempo, compartilhadas por aqueles que guardaram experiências contíguas e/ou conformadas pelos mesmos elementos naturais e construídos, pelos mesmos céus e piscinas.
Apropriando-se de uma lógica que imita, de forma poética e tentativa, os processos associativos e afetivos de construção de memórias, a artista recorre a objetos, arranjos onipresentes e personagens de fotografias para aproximar-se desse campo comum, ao mesmo tempo em que recompõe as sensações fugidias evocadas por memórias capitais que são e não são suas.
Do campo mágico do abrigo de uma copa de árvore ao vento que ondula roupas num varal, as imagens e paisagens que emergem dessas pinturas, desenhos, monotipias e objetos refazem circuitos elétricos que acendem sentimentos e iluminam trechos da longa noite daquilo que esquecemos.
Teté Martinho
Texto de Fabrício Corsaletti CLIQUE AQUI